Todos os dias em que nos falamos eu tenho algumas palavras presas na garganta. Palavras essas que guardo e expresso aqui porque jamais deixaria que todos esses meus sentimentos confusos afetassem a sua vida. Como se eu já não tivesse te afetado o suficiente.
Mas se você chegou até aqui e está lendo isto nesse momento, sei que foi por sua própria vontade. Não sei o que te fez vir até aqui, mas sei o que me fez vir até aqui escrever. Como disse anteriormente, todas as vezes que conversamos, tem algumas coisas que gostaria de dizer.
Gostaria de dizer que não sinto saudades, mas que gostaria que estivesse comigo. Eu e você, as novas versões de nós que aprenderam com nossos erros do passado. Todos os dias eu penso em como nossos aprendizados se somam e penso em como seria lindo se nos permitissemos.
Digo também que aquele nosso abraço na Festa Junina foi maravilhoso e que, talvez seja loucura da minha cabeça, talvez você faça isso com todo mundo, mas parecia que você queria me trazer mesmo pra perto, que me apertava contra si conforme eu te trazia para mim. Eu queria tanto que pudéssemos ficar daquela forma para sempre, não queria nunca mais te soltar.
Porque abraçar você foi como voltar para casa após um longo e estressante dia de trabalho. Você chega em seu lar e ali recarrega suas energias, deixando de lado tudo de ruim que aconteceu anteriormente.
E eu realmente deixei tudo de lado por uns instantes.
Quando seus olhos encontravam com os meus, a mesma sensação de antes, aquela perda de direção. Eu procurei não te olhar nos olhos por muito tempo, não sei se percebeu todas as vezes que eu desviava. Aliás, o fato de você ter me olhado no fundo dos olhos me fez ter mais questionamentos: será que ele ainda sente algo também? Ou será que eles está sustentando o olhar justamente porque não sente mais nada e não se importa mais?
Meu despertador acabou de tocar para ir dormir então vou indo por aqui.
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