3 de fev. de 2017

#TAPC (leitoras): "Acabou a amizade"




Ana Laura, 17 anos – O que eu tenho para contar não é nada de especial. Talvez seja até uma história bem comum. Uma história que machuca, mas que a gente acaba superando.

Tudo começou quando eu me mudei para uma nova escola, na quinta série. Conhecia várias pessoas, a maioria havia estudado comigo nos anos anteriores. Mas, na minha turma, havia uma menina em particular que vivia sozinha. Ela era meio emo. Eu nunca me importei com o estilo dos outros, sempre fui aquele tipo de pessoa que é amigona de todo mundo, sabe? Então ver ela lá no canto, solitária, me deixava triste e por isso, resolvi fazer amizade com ela. E admito que não foi muito fácil, mas logo nos tornamos amigas. E com o passar do anos nos tornávamos cada vez mais amigas, até nos tornarmos praticamente irmãs.

Éramos muito grudadas uma com a outra. Até que na oitava série os pais dela decidiram coloca-la numa escola particular. A ideia nos abalou um pouco no início, é verdade. Mas prometemos que isso não mudaria nada na nossa amizade. Eu lembro que ela disse que iria na minha casa pelo menos uma vez por semana e que em todos os finais de semana sairíamos, se possível. Sem contar nas milhares de mensagens no WhatsApp que ela prometeu deixar todos os dias. Foi assim mesmo nas primeiras semanas. Até que as visitas começaram a ser menos frequentes e as respostas nas mensagens cada vez mais curtas. E conforme os meses passavam começamos a ficar sem se falar por semanas, e não foi por falta de vontade minha, tanto que até meus outros amigos paravam de falar comigo de tão bravos por conta do meu papel de trouxa. E daí ela começou a postar fotos com os novos amiguinhos dela no Facebook e tal. Mas minha paciência acabou de vez quando eu a convidei para ir no shopping. Deixei de convidar meus outros amigos, porque queria que fossemos só eu e ela, a Dupla do Terror (como nos chamavam), como nos velhos tempos. Daí ela me perguntou se podia levar uma amiga junto e eu, mesmo abalada porque meu plano de sermos só nós não tinha dado certo, deixei e disse que minha mãe passaria na casa dela. Buscamos as duas, minha mãe nos deixou lá. A amiguinha da minha amiga olhou com uma cara de nojentinha para o carro da minha mãe, mas não falei nada. Começamos andar pelo shopping e tal, mas então elas começaram a me evitar. Tipo, não falavam comigo. Era como se eu estivesse ali com elas como um responsável, ou algo do tipo. Mal olhavam para mim! Então eu não me aguentei. Perguntei se elas iriam ficar ali, porque eu ia embora. Daí começaram a falar que estava cedo ainda e eu respondi que não estava bem e que iria embora. Liguei para minha mãe, dizendo que tinha passado mal, e ela levou a gente de volta. Quando cheguei, depois de já tê-las deixado em casa, minha amiga me chamou no WhatsApp perguntando se eu estava bem. Só de raiva visualizei e não respondi! Aliás, eu nunca mais a respondi.

Usei esse blog como desabafo, porque nunca tive coragem de contar isso para meus amigos. Por vários motivos, entre eles o medo deles arrumarem confusão com ela. Até porque, não preciso dela nem de confusão. Já estou bem feliz de saber que tenho uma pessoa falsa a menos na minha vida!


Oi Ana! Primeiramente eu queria lhe agradecer por simplesmente salvar esse projeto e ter contado sua história aqui.

Isso já aconteceu comigo. De ter uma amiga que foi para uma escola particular, quero dizer. E isso não nos afetou em nada. Acho que isso vai do caráter de cada pessoa.

Gosto do jeito como você encarou a situação, procurou ficar longe de confusão e apenas ignorou. É o que todos deveríamos fazer. 

E é como você disse, uma pessoa falsa a menos!


E você? Tem algo para contar? Mande um email para mim ( helenmniz225@gmail.com ) e me conte!

9 comentários:

  1. Eu não passei por isso, na verdade, levo isso da separação como algo natural da vida.
    Existem pessoas que vão permanecer para sempre, mas outras vem com prazo de validade, e quando identifico os sinais de vencimento, jogo logo fora, mantendo apenas as boas lembranças.
    Não que se a pessoa quiser conversar não estarei disponível, pelo contrário, por manter apenas as lembranças boas e sem aquelas da separação, consigo sentir o mesmo afeto por elas.

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    1. Jeito muito maduro de enfrentar uma separação! Eu também, procuro sempre guardar as lembranças boas e pensar sempre que pelo menos tive a oportunidade de tê-las em minha vida.
      Beijos ❤️

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  2. Oi flor, separação nunca é fácil e eu já passei por isso, mas mesmo.com a distância conseguimos manter a amizade até hoje.
    Beijos e sucesso.

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    1. É verdade, não é fácil mesmo.
      E muito obrigada pela visita! Beijooos! ❤️

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  3. Há males que vem para para o bem. Se essa garota se afastou e achava que era superior a Ana por ir para um particular, com certeza boa pessoa ela não era. Já sofri com um amigo assim, ele hoje curte minhas fotos mas eu finjo que não existe, é apenas mais um.
    Beijos

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    1. Realmente! O mundo dá voltas: quem ontem te rejeitou, hoje te procura.
      Um beijão minha linda ❤️

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  4. Ah já passei por isso mais vezes do que gostaria, sempre fui muito difícil para se fazer amizades, mas tive que mudar de estado e vi amizades que pensei que seria pra toda a vida sumir... Mas a vida sempre nos proporciona surpresas, e as vezes fazemos novas amizades e até acontece de seus caminhos se cruzarem e, com maturidade, os erros são corrigidos

    Bjs

    Inajara

    www.vintageandgeek.com.br

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    1. Verdade. Fazer o que, né? É a vida!
      Apesar que, no caso da Ana, foi até melhor ficar sem mesmo.
      Beijos! ❤️

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  5. Acho que se a pessoa se afastou, por mais que você sinta falta, deve pensar que foi o melhor. Até porque gente tóxica ninguém quer por perto, né?
    Cheiro de Pipoca

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